
Em meio à euforia pelo acesso do Guarani no Campeonato Paulista da Série A2, uma voz destoava do clima festivo no Brinco de Ouro, no último domingo. E uma voz importante. Enquanto jogadores e torcida comemoravam a volta à elite estadual, o presidente do clube, Leonel Martins de Oliveira, adotou um discurso mais contido, sem se deixar levar pela empolgação do momento. Nem bem subiu, e o futuro alviverde na primeira divisão já é colocado em risco pelo próprio presidente.
- É complicado porque todos sabemos das dificuldades estruturais do Guarani. Nada se faz sem recursos e a gente até teme não conseguir se manter na primeira divisão em 2012 - afirmou o mandatário ao jornal Correio Popular.
As dívidas trabalhistas do Guarani batem na casa dos R$ 30 milhões. São aproximadamente 260 processos contra o clube em tramitação no Fórum Trabalhista de Campinas. A diretoria tem participado de audiências públicas para buscar acordos com credores. A Justiça do Trabalho também determina a obrigatoriedade de o clube depositar mensalmente R$ 100 mil em juízo e a penhora de 30% da bilheteria dos jogos.
Para Leonel, a venda do Brinco é a única saída para manter o clube financeiramente viável. Os detalhes da transação são mantidos em segredo, mas o negócio promete ser benéfico para o Bugre. O Guarani teria suas dívidas trabalhistas pagas pelo grupo de investidores, além de ter um investimento no departamento de futebol.
A preocupação de Leonel contrasta com a empolgação do goleiro Emerson, ainda na saída do gramado, após a vitória de virada por 4 a 2 sobre o Rio Preto.
- O gigante acordou, agora vai ser difícil parar o Guarani - disse o camisa 1.
A Série B do Campeonato Brasileiro, com início previsto para o fim de maio, dirá qual tom tem razão. O Bugre estreia contra o Criciúma, dia 21, em Santa Catarina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário